Greve fracassada confirma perda de representatividade do Sindicato em Paulínia
Fonte: Jornal Tribuna | Edição 1166 - 15 de Novembro de 2025
Movimento não mobilizou a categoria e reforçou o enfraquecimento da atual diretoria sindical.
O distanciamento da entidade em relação à base se intensificou no período pós-eleitoral, marcado por reuniões restritas, comunicados vagos e pouca clareza em temas relevantes como a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).
“Quando o servidor perde o direito de escolher, o sindicato perde o direito de representar”, afirmou Roger de Souza, presidente da Associação Municipal dos Servidores Independentes de Paulínia (AMSIP).
O distanciamento da entidade em relação à base se intensificou no período pós-eleitoral, marcado por reuniões restritas, comunicados vagos e pouca clareza em temas relevantes como a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).
:: PARALISAÇÃO EVIDENCIA PERDA DE FORÇA DA ENTIDADE
O fracasso na mobilização desta semana reforçou o enfraquecimento da atual diretoria e revelou a dificuldade do sindicato em reunir apoio mesmo com apoio externo de grupos político-partidários. Portais locais registraram o baixo comparecimento, e nas redes sociais o movimento foi amplamente criticado.
“Quando poucos tentam falar por todos, o resultado é o silêncio da maioria”, avaliou Roger.
A greve convocada para esta terça-feira (11) pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Paulínia registrou baixa adesão e ampliou a percepção de enfraquecimento da atual diretoria.
O ato reuniu cerca de 100 participantes em frente à Igreja São Bento, número considerado reduzido diante dos milhares de servidores da cidade.
O ato reuniu cerca de 100 participantes em frente à Igreja São Bento, número considerado reduzido diante dos milhares de servidores da cidade.
Embora tenha sido articulada por representantes ligados aos partidos PCdoB e PT, a mobilização não atraiu apoio popular expressivo e tampouco contou com a presença de vereadores, reforçando o distanciamento político do movimento.
A participação majoritária foi de profissionais da Educação, gerando apenas impactos pontuais em algumas escolas, onde turmas foram reorganizadas ou assumidas por substitutos.
Enquanto isso, a Prefeitura registrou mais de 200 contribuições formais na Consulta Pública sobre o Estatuto do Magistério e os Projetos de Lei 65 (Magistério) e 66 (Quadro Geral). A administração afirma que professores e diretores foram atendidos pelas secretarias responsáveis ao longo do processo, em reuniões de esclarecimento e coleta de sugestões, o que contrasta com a estratégia de confronto adotada pelo sindicato.
:: ELEIÇÕES SEM CONCORRÊNCIA E CRÍTICAS INTERNAS AMPLIAM DESGASTE
A baixa adesão à paralisação vem após meses de tensões internas. Em outubro, a eleição sindical ocorreu com chapa única, sem espaço para candidaturas alternativas, fato que acentuou críticas sobre falta de participação democrática.Segundo ele, a categoria exige hoje mais diálogo, clareza e responsabilidade, e não ações isoladas ou mobilizações esvaziadas.
:: DESAFIOS PARA RECUPERAR CREDIBILIDADE
A crise enfrentada pelo sindicato reflete um cenário mais amplo, a necessidade de uma representatividade moderna, baseada em participação efetiva, transparência e responsabilidade fiscal.Roger reforça que reivindicações legítimas não podem ser capturadas por interesses externos, “O servidor não pode ser massa de manobra. O diálogo amplo e institucional é o caminho para defender direitos sem prejudicar a cidade.”
Ele conclui que a reconstrução passa por pluralidade, abertura e reconexão com a base, elementos essenciais para que o sindicato recupere relevância.
“O servidor quer ser ouvido, não conduzido. Quer resultados, não discursos. Sem isso, qualquer mobilização continuará falando para o vento.”

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