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#FLOPOU - Quando até o Sindicato precisa de platéia


Na última terça-feira (7/10), o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Paulínia convocou servidores para um ato público contra o novo Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) da administração. A ideia: lotar a Câmara Municipal, simbolizar força, dar mostras de unidade, pressionar vereadores. O resultado prático? Uma plateia de exatamente 46 pessoas — um número que, com todo o respeito, parece mais um café da manhã coletivo do que uma manifestação de envergadura.

Para se ter uma noção, se o funcionalismo municipal de Paulínia tivesse 1.000 servidores — hipóteses à parte — essas 46 pessoas representariam apenas cerca de 4,6% do total. Se fossem 2.000, estamos falando de 2,3%. Ou seja: o ato flopou de vez. Uma adesão tão modesta torna impossível sustentar discursos grandiosos de mobilização massiva.


Falta de adesão: o primeiro sinal de alerta

Quando as fileiras se multiplicam, quando a porta da Câmara está tomada, quando a imprensa cobre uma multidão de braços erguidos, a mobilização é visível. Aqui, tivemos quase uma arrecadação de gente: 46, poucos cartazes, pouco eco. Se esse é o “estado de greve”, ele anda com as pernas bem moles.

Vários possíveis motivos:

  • Falta de confiança no sindicato. Servidores parecem achar que não são ouvidos, que são usados como massa de manobra para conferirem poder simbólico ao sindicato, sem mudanças concretas.

  • Cansaço. Se mobilizações anteriores resultaram em pouco ou nada, a motivação murcha.

  • Falta de clareza ou crença na proposta. Se os beneficiados não enxergam ganho real ou se sentem desinformados, simplesmente não vão.


Credibilidade abalada

Quando um sindicato convoca e aparece pouca gente, a percepção que se forma é: “Esse negócio não é bem representativo”. E credibilidade é tudo em mobilização. Não basta elaborar comunicados poderosos, pintar faixas emocionadas, publicar matérias triunfantes — se a prática mostra que poucos atendem ao chamado, o discurso perde peso.

O “somos muitos” via redes sociais pode até funcionar internamente, mas do lado de fora, nas instâncias decisórias (vereadores, mídia, população), só atrai risadinhas se os números estouram em nota de rodapé.


O espetáculo flopou — com graça (infelizmente)

Imaginem a cena: sindicato anuncia ato, fala em “ampla adesão”, “estado de greve”, “unidade do funcionalismo”. Vai lá, chega na Câmara, acendem as luzes — tudo bem decorado, folder distribuído — e… cadê o público? 46 pessoas, muitas cadeiras vazias. Uma plateia que poderia ser contada em voz alta.

É como se o sindicato tivesse contratado um avião-pipa pra dar o aviso, mas o pipa voasse só com vento local — ou pior: sem vento — e muito poucas testemunhas. Talvez tenham confundido “mobilização massiva” com “mobilização de dois caras, três balões”.


Reflexão final

Aos servidores: se você não se sente representado, se acha que o sindicato apenas usa manifestações para aparecer, talvez seja hora de cobrar mais transparência, resultados visíveis, participação. Se não, continuaremos vendo militâncias só no discurso.

Ao sindicato: convocar é fácil, mobilizar é outra história. Credibilidade se reconquista com consistência, com capacidade de engajar, com visibilidade real — não só com anúncios bonitos.

Se o ato contra o novo plano de carreira foi pensado para mostrar força, infelizmente virou espetáculo de bastidor. A força de mobilização há de vir, ou será só mais um episódio para se arquivar.


Roger de Souza - Blogueiro do Gazeta de Paulínia


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