Investimentos do Instituto Pauliprev são alvos de investigação da PF
A Polícia Federal deflagrou
na manhã da última quinta-feira (20) a Operação Falsus para
apurar crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional na ordem
de 190 milhões de reais na gestão 2015 – 2016 do Instituto de
Previdência dos Funcionários
Públicos de Paulínia (Pauliprev).
A investigação, que resultou em 4 mandados de busca e
apreensão expedidos pela Nona
Vara Federal de Campinas, teve
início em 2019 a partir de informações colhidas na Operação
Encilhamento, com a delação
de um dos então investigados.
Na delação, consta ter sido
pago, no ano de 2015, o valor,
em espécie, de R$ 300.000,00
ao então prefeito da cidade de
Paulínia, José Pavan Júnior, em
troca do controle do Pauliprev.
Naquele mesmo ano, com
o novo presidente nomeado a
partir da negociação, a Pauliprev fez duas aplicações, ambas
autorizadas pelo seu Diretor-Presidente e pela Gestora-Responsável e Diretora-Financeira
em um fundo que já traziam problemas de recebimento, no
valor de R$ 85 milhões.
Com tais aplicações, somadas a uma anterior já realizada
em 2013 no mesmo fundo,
cerca de 12% do patrimônio do
Pauliprev foi concentrado neste
investimento.
Os valores aplicados pelo Pauliprev nesse fundo foram em
grande parte canalizados para
aquisição de títulos de créditos
emitidos por uma empresa controlada pelo ex-empregador do
então presidente do Pauliprev,
sendo uma parte remetida ao
exterior.
Segundo o delator, houve o pagamento de comissão dessas
operações de 7% para servidores públicos, para o delator e seu
sócio, beneficiando, inclusive
os gestores do fundo de investimento.
Além desses investimentos,
outros na ordem de R$ 106 milhões estão sendo investigados
por direcionamento a fundos
que seriam indiretamente controlados por um sócio da empresa que prestava consultoria
ao Pauliprev.
PAVAN nega ter recebido dinheiro por indicação.
Em nota, o advogado de defesa do ex-prefeito, Ralph Tórtima, informou que Pavan negou
que teria recebido R$ 300 mil
em troca de indicação de um
nome para gerir o Pauliprev.
“Garantiu que que sempre
agiu dentro da lei, jamais pactuando com qualquer ilegalidade ou conduta que pudesse
acarretar qualquer prejuízo à
entidade ou aos seus cooperados”, diz a declaração à imprensa.
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